Taquicardias Supraventriculares: Foco na Taquicardia por Reentrada Nodal
Entendendo as Taquicardias Supraventriculares: Foco na Taquicardia por Reentrada Nodal
A taquicardia supraventricular (TSV) é um termo que descreve vários tipos de arritmias cardíacas rápidas originadas acima dos ventrículos do coração. Entre essas arritmias, a taquicardia por reentrada nodal (TRN) se destaca como uma das mais comuns e importantes para o entendimento da complexa orquestra elétrica que rege o funcionamento do coração. Este texto explora os aspectos cruciais da TSV, com um foco especial na TRN, elucidando suas causas, sintomas, diagnóstico e tratamento.
O que é Taquicardia Supraventricular?
A TSV é uma arritmia caracterizada por um ritmo cardíaco acelerado (taquicardia) que se origina nas câmaras superiores do coração (os átrios) ou no nó atrioventricular. Essa condição pode afetar indivíduos de qualquer idade, desde crianças e jovens saudáveis até idosos com doenças cardíacas subjacentes. O termo “supraventricular” indica que a arritmia se origina acima dos ventrículos do coração.
Foco na Taquicardia por Reentrada Nodal
A TRN é um tipo específico de TSV que ocorre quando um circuito de reentrada se desenvolve no nó atrioventricular, a principal conexão elétrica entre os átrios e os ventrículos. Esse circuito anormal permite que os sinais elétricos circulem de maneira contínua e rápida, causando uma frequência cardíaca anormalmente alta, geralmente entre 150 e 250 batimentos por minuto.
Causas e Fatores de Risco
A TRN pode ser desencadeada por diversos fatores, incluindo estresse, consumo de cafeína, álcool e drogas estimulantes, bem como algumas condições médicas, como doenças cardíacas ou alterações na estrutura do coração. No entanto, muitos episódios ocorrem sem uma causa aparente.
Sintomas Comuns
Os sintomas da TRN podem variar de leves a graves e incluem palpitações cardíacas, tontura, falta de ar, ansiedade, dor torácica e, em casos raros, desmaio. Esses sintomas são resultado da incapacidade do coração de bombear sangue de maneira eficiente durante episódios de taquicardia.
Diagnóstico
O diagnóstico de TRN geralmente é feito com base no histórico clínico do paciente, exame físico e, mais importante, através do uso de um eletrocardiograma (ECG) durante um episódio de taquicardia. Outras ferramentas diagnósticas incluem o monitoramento ambulatorial (como o uso de um monitor Holter) e o teste de esforço.
Características Eletrocardiográficas da TRN
No contexto da TRN a frequência cardíaca pode atingir entre 150 a 250 batimentos por minuto. Durante essa condição, é possível identificar alterações específicas no ECG, que incluem:
- A Onda P, que indica a despolarização dos átrios, pode aparecer invertida ou até mesmo oculta, devido à sua fusão ou proximidade excessiva com o complexo QRS;
- Em certos casos, a Onda P invertida pode imitar outras ondas no ECG. Por exemplo, pode ser referida como pseudo-R’ na derivação V1 e como pseudo-S nas derivações inferiores (D2, D3 e aVF);
- O intervalo PR, que representa o tempo desde o início da despolarização atrial até o início da despolarização ventricular, é observado sendo maior que o intervalo RP, que é o tempo desde o início da despolarização ventricular até a próxima despolarização atrial. Isso é descrito como PR>RP.
Estas características são fundamentais para o diagnóstico da TRN por meio do ECG, oferecendo insights valiosos sobre o comportamento elétrico do coração durante esta arritmia específica.

Tratamento
O tratamento para TRN visa controlar os sintomas e prevenir episódios recorrentes. As opções de tratamento incluem:
- Medicamentos: Betabloqueadores e bloqueadores dos canais de cálcio são comumente usados para controlar a frequência cardíaca.
- Manobras de Valsalva: Técnicas que estimulam o nervo vago podem interromper episódios agudos de TRN (casos estáveis).
- Adenosina: Medicamento que atua momentaneamente como um freio no nó sinoatrial, ajudando a reverter a TRN nos casos estáveis.
- Cardioversão Elétrica Sincronizada: Aplicação de choque sincronizado ao eletrocardiograma para reversão do episódio agudo (casos instáveis).
- Ablação por Cateter: Um procedimento minimamente invasivo que pode curar a TRN destruindo o tecido cardíaco responsável pelo circuito de reentrada, como meta de tratamento definitivo para evitar a recorrência em casos não responsivos aos medicamentos.
Conclusão
A taquicardia por reentrada nodal é um tipo comum de taquicardia supraventricular que pode afetar pessoas de todas as idades. Embora possa ser assustador experimentar um episódio de TRN, a maioria dos casos pode ser eficazmente gerenciada ou até curada com o tratamento adequado. Se você está experimentando sintomas de taquicardia, é crucial procurar avaliação médica para um diagnóstico correto e um plano de tratamento personalizado.
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